sábado, 18 de maio de 2013

Editorial:



Vivemos num mundo que a cada dia decai em seus valores. Em todos os campos se sentem os sinais da decadência. Nas artes, na musica, nos costumes, na educação, na família, na política, nas leis, em tantos outros pólos a crise de valores está presente.
É tão grande, tão ampla, e tão abrangente a crise do homem, que muitos dizem que não já o que fazer, que temos de nos conformarmos com a situação e nos acomodarmos e adaptarmos a ela. Esse parar de lutar, esse conformar com a situação nos dói o coração, pois não pode nem deve haver acomodação diante do mal, mas sim luta continua e constante. Guerra sem trégua e nem mercê contra os erros, o pecado, e os modos que estão implantando no mundo um ver império infernal.
Diante das falsas opiniões, dizer não; diante dos compromissos danosos à Santa Igreja, dizer não; diante do processo que leva almas em multidões para o inferno, dizer sempre e cada vez mais não.
Resultado dessa defecção da fé e do desprezo de Deus é que atualmente tramita no Senado um Projeto de Código penal em que o terrível crime de aborto fica praticamente abolido, restando apenas a hipótese de não consentimento da gestante, efetivamente passível de punição; em que o crime de homicídio doloso através da eutanásia livra-se da sanção penal sob a rubrica antinômica da piedade e o de infanticídio perde sua importância e gravidade ao ponto de se transformar em uma banalidade.  
Vê-se que já nada podemos esperar dos poderes deste mundo e, por outra parte, a liturgia nos diz: “Nosso auxílio está em Nome do Senhor que fez o Céu e a Terra”.
Já há algumas décadas, o escritor católico francês, Jean Madiran, explicava que: “O que escutamos agora, é o ruído dos martelos que batem nos pregos, os três pregos da crucifixão. Logo, vemos as trevas invadir a terra. Depois, ainda os príncipes dos sacerdotes e os soldados tomaram a precaução suplementar de colocar a pedra que fecha a tumba. Não só colocaram a pedra como deixaram de vigia um guarda. Estes sinais nos enganam; de uma maneira ou de outra a ressurreição está próxima”.
Este argumento de nossa esperança teologal não é compreensível para alguns de nossos amigos incrédulos. Desejariam ter, ademais, razoes naturais para esperar. Mas é muito importante mostrar que a soberania de Cristo se traduz nas realidades concretas capazes de deter a guerra revolucionária, impiedosa e malsã, e inclusive de reconquistar o terreno perdido.
Cultivemos nossas faculdades superiores com a acesse, a oração, os exercícios espirituais. Peçamos a Deus os sete dons do Espírito Santo e supliquemos que se digne fazer crescer em nós a Fé, a Esperança e a Caridade.
Hoje não teríamos desculpas de não sentir essa necessidade, inclusive no plano temporal.
Cultivemos, também em nós, as virtudes da fortaleza, da temperança, da justiça e da prudência.
Alguns descobrirão, talvez, que a prudência, por exemplo, é a virtude pela qual buscamos os meios convenientes para que a ação seja eficaz em todas suas formas.
Para executar estas virtudes em todos os planos de nossa vida profissional, familiar, social, cívica, as reforçaremos em nós mesmos. Em nossa luta, lembremo-nos, especialmente nos momentos de agruras e de ataques vilipendiosos, do beato mexicano Anacleto González Flores, secular distinguido em atividades apostólicas pelos direitos de Deus e da Igreja contra a impostura laicista, assassinado aos 38 anos. Morreu gritando, com seus companheiros de martírio: “Eu morro, mas Deus não morre: Viva Cristo Rey!” Em seus últimos momentos compôs uma bela oração que ainda seguem rezando, após o rosário, as famílias cristeras:
“Jesus misericordioso! Meus pecados são mais que as gotas de sangue que derramastes por mim. Não mereço pertencer ao exército que defende os direitos de Tua Igreja e que luta por Ti. Quisera nunca haver pecado para que minha vida fosse uma oferenda agradável aos Vossos olhos. Lave as minhas iniqüidades e limpe os meus pecados. Por Tua santa Cruz, por minha Mãe Santíssima de Guadalupe, perdoa-me. Não soube fazer penitencia de meus pecados; por isso quero receber a morte como um castigo merecido por eles. Não quero lutar, nem viver, nem morrer senão por Ti e por Tua Igreja. Mãe Santa de Guadalupe acompanha em Sua agonia a este pobre pecador. Conceda-me que meu ultimo grito na terra e meu primeiro cântico no céu seja: Viva Cristo Rey!”

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